As visitas a locais históricos e culturais, ou de grande relevância geográfica, política ou econômica, são uma poderosa ferramenta pedagógica. Elas permitem que o estudante vivencie in loco muito do que viu nos livros ou na teoria em sala de aula, enriquecendo seus conhecimentos. Esse foi o objetivo da viagem à Europa que 11 alunos do Ensino Médio do Colégio Maxi fizeram em julho, passando por pontos chave da Segunda Guerra Mundial.
Segundo o diretor do Colégio Maxi, professor Leão, foi uma imersão na história do conflito, ocorrido de 1939 a 1945. “Foi uma viagem bastante intensa, em que os alunos puderam experimentar uma vivência muito grande”, avalia. Foram 18 dias, entre 3 e 20 de julho, em que os estudantes se juntaram a outros 20 oriundos de escolas pertencentes ao Grupo Somos Educação de Brasília (DF) e Natal (RN), sob orientação de professores de História e Geografia.
“A cada ponto de parada nós tínhamos um momento de reflexão, de resgate da história. Os alunos puderam vivenciar in loco os vários momentos importantes da Segunda Guerra Mundial”, descreve. Alguns locais foram bastante significativos, conta o diretor, como o bunker onde o primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill se protegeu para traçar estratégias junto com os Aliados. Outro foi a travessia pelo Canal da Mancha até a Normandia (França), onde ocorreram fatos como o Dia D. Próximo dali, o grupo conheceu o cemitério norte-americano famoso pelas mais de 9 mil cruzes simbolizando soldados mortos.
Outros momentos emocionantes foram as visitas aos Guetos de Varsóvia e ao campo de concentração de Auschwitz, este próximo da cidade de Cracóvia. “Entramos nos alojamentos, na câmara de gás, foi um momento impactante. Não tem como não se emocionar, se arrepiar diante dos horrores que aconteceram naquele lugar”, lembra Leão.
Na Itália, mais um momento inesquecível para o grupo: conhecer Monte Castelo, no Norte da Itália, onde lutou a Força Expedicionária Brasileira (FEB). No percurso de Bolonha até o local, eles foram guiados por Mario Pereira, filho de um pracinha brasileiro, que contou detalhes sobre a batalha travada entre 1944 e 1945. Falou, por exemplo, de como os brasileiros chegaram totalmente despreparados para o inverno rigorosíssimo da época. “Os americanos é que emprestaram os sobretudos, porque os brasileiros não tinham”, lembra Leão.
Em Berlim, na Alemanha, visitaram o museu Topografia do Terror e viram restos e marcações no chão do Muro que separou a cidade durante a chamada Guerra Fria. “Um momento em que eu percebi que os alunos ficaram envolvidos foi em Potsdan, onde se reuniram Josef Stalin, Harry Truman e Winston Churchill para a assinatura do termo que definiria a administração da Alemanha no pós-guerra. Seria o embrião da Guerra Fria mais tarde”, explica o diretor.
A viagem também incluiu passeios por pontos turísticos obrigatórios, como o Coliseu e o Vaticano (Itália), A Torre Eiffel e o Arco do Triunfo (França), o Parlamento Alemão, entre outros, salienta o diretor.
Impressões
Para os alunos, o tour pedagógico, além de emocionante, foi um momento de aprendizado não só para os estudos, mas para a vida. “Acho que o mais importante foi a mensagem que passaram para nós, de que não podemos deixar isso acontecer novamente, porque somos o futuro do mundo”, ressalta Mariana Alchaar, do 1º C. A estudante frisa que fatos como estes, se ocorressem nos dias atuais, as consequências seriam muito piores, por causa das novas tecnologias.
“Foi uma coisa sensacional a viagem. Eu via acontecendo. Quando fomos ao campo onde os brasileiros morreram, lutaram na Itália, eu tentava imaginar a batalha em si. É uma cena bem pesada se você pensar, mas aconteceu mesmo”, conta Henrique Zarour Pfannemüller, do 2º D. “É triste, mas tem que ser mostrado, senão acontece de novo. Por isso as escolas têm que fazer isso, para tentar evitar”, acrescenta.
“Foi muito bom porque um dos meus sonhos era conhecer a Alemanha e a Polônia, principalmente Auschwitz, e foi uma parte que eu gostei muito de ter aprendido, vivenciado e o que aconteceu lá, o que as pessoas passaram, para nunca mais repetirmos isso”, afirma Diego Bussiki Prates, do 2º A. Para ele, não há melhor forma de ter a dimensão do que foi o conflito. “É algo que você só consegue entender quando vai lá e percebe todas as atrocidades que eles fizeram”, diz.