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Maxi dá dicas importantes para o bom desempenho na redação do Enem

Um dos mais importantes itens de avaliação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação costuma preocupar bastante os estudantes. Porque não se trata apenas de dominar a escrita, mas de saber desenvolver um pensamento, argumentar e possuir conhecimento amplo sobre assuntos que podem ser tema da prova. Não bastasse isso, também é preciso ser ágil, pois o tempo é curto, e manter a calma. São, portanto, muitos fatores influenciando no resultado, o que exige uma preparação cada vez mais completa dos alunos.

Está justamente aí a dica para obter uma boa nota, explica o professor de Redação no Colégio Maxi, José Neto. Segundo ele, é preciso, por exemplo, ter em mente que, excetuando-se alguns vestibulares como a prova da Fuvest, que pode abordar temas mais metafísicos ou filosóficos, a tendência é trazer reflexões críticas acerca de questões sociais e atuais. É importante também levar em conta a alternância de poder e a consequente influência na definição e na forma como os temas serão tratados, inclusive nas questões objetivas.

José Neto lembra que a postura adotada pela atual gestão do Governo Federal sinaliza para uma limitação nos temas a serem problematizados na prova de redação, imposta pela busca, pelo menos no discurso, de uma prova que não seja ideológica. “Assim, alguns assuntos perderam a preferência aos olhos dos professores de redação em virtude dessa mudança, como a homofobia, o racismo, a questão do aborto”, cita o professor.

Entretanto, outros assuntos passaram a chamar mais atenção, porque se alinham mais à visão e às preocupações do Executivo. Como a Economia. Mas não discussões sobre desigualdade social, porque é outro que pode ser considerado militância, alerta. “Quando pensamos em economia, pensamos em assuntos mais ligados ao desenvolvimento da economia nacional, que seria considerado mais relevante”, indica.

Também ganha destaque a questão das pandemias, mas não especificamente o coronavírus, acrescenta José Neto. É possível um tema que aborde a covid-19, mas ele acredita em algo mais amplo, como relacionar os impactos da doença na economia. “O aluno precisa conseguir argumentar sobre as consequências do coronavírus para a economia e como o país pode se reorganizar para que ela venha a se aquecer novamente”, sugere. Ainda dentro desse tema, ele acredita que pode cair algo relacionado ao desafio que a doença foi para o governo.

A lista de José Neto inclui ainda a questão do tráfico de animais silvestres, que ganhou grande evidência com o caso do jovem picado por uma cobra em Brasília, e a queda de braço entre o Governo Federal e a mídia. “Então podemos pensar em um tema de redação que aborde como a mídia influencia a sociedade, por exemplo, ou a influência da mídia sobre as questões políticas do país”, exemplifica. Outro bastante cotado é família. Nos anos anteriores pensava-se muito nas novas constituições familiares, mas o professor acredita que ele pode vir mais direcionado à questão da contribuição da família para o desenvolvimento nacional ou para a organização da sociedade.

Entre os que trabalhou em aula este ano no Maxi e que merecem atenção do estudante, José Neto cita a educação à distância e o homeschooling; o fenômeno das lives e seus impactos na sociedade brasileira; a telemedicina; os impactos das mudanças climáticas nas cidades brasileiras e a atuação do poder público em relação a isso; os influenciadores digitais e sua influência na sociedade; os microempreendedores e os desafios que eles enfrentaram este ano.

“Muito embora a questão da raça tenha aparecido muito forte, não acredito que no Enem venha a aparecer, mas é muito importante lembrar disso. Não me surpreenderia se o Enem tematizasse a questão da volta às aulas. A questão da vacinação também é uma outra muito importante. É primordial que o aluno se lembre deles para poder fazer o seu levantamento. São assuntos para os quais ele tem que estar preparado porque, se não aparecer Enem, vão aparecer nos vestibulares”, alerta.

Como se inteirar sobre tanta coisa?

José Neto considera que o aluno disposto a ter boas notas no Enem e nos vestibulares é um profissional, como qualquer outro trabalhador. “O aluno profissional é aquele que lê. Quando eu digo ler não estou falando em pegar um livro e ler. Estou falando de ler o mundo”. Para isso, frisa, é importante priorizar o Jornalismo, não importando o posicionamento político ideológico do veículo. “Não só ler os jornais físicos, mas as páginas na internet, o que é muito fácil e pode ajudar o aluno a ter contato com esses assuntos já citados. Ele precisa também assistir os jornais e acompanhar essa nova tendência do jornalismo brasileiro de promover debates”.

Segundo o professor, também precisa estar atento à mídia de modo geral. O que os sites de entretenimento têm mostrado, o que as novelas têm falado, o que os filmes têm tematizado, o que que as músicas têm cantado neste ano. “É muito importante que esteja atento porque podem surgir daí temas de relevância”.

Outra dica importante do professor é estar atento também aos assuntos que os professores que não são de redação levam para sala de aula. “Mais importante que saber o tema é o repertório sociocultural para articular o tema na hora da argumentação e a construção desse repertório não é de responsabilidade só do professor de redação. Então, nas aulas de Filosofia, Sociologia, História, Geopolítica ou de Atualidades, mesmo na aula de Biologia ou de Matemática, o aluno profissional tem que ser capaz de tirar recursos argumentativos”, frisa.

Mudanças no Enem

José Neto não acredita que não haverá mudanças estruturais nas provas do Enem, até porque este foi um ano difícil para os alunos tendo em vista o contexto de isolamento social. Mas há algumas alterações que podem interferir, como o fato de a data ter sido adiada. “Isso certamente mexeu com o psicológico deles”, avalia. Para o professor, deve ser levado em conta que os estudantes terão um intervalo entre o fim das aulas e o exame. “Esse pequeno recesso pode fazer com que alguns se esfriem, se esqueçam que a batalha ainda está acontecendo. Então, veja, esse é um desafio que está relacionado ao contexto de aplicação da prova.

Além disso, tem a própria questão do distanciamento social e a prova no regime digital. “Como é que vai funcionar tudo isso? Ainda está muito incerto para os alunos do país de modo geral. Então eu acredito que são essas mudanças que podem impactar psicologicamente os alunos”. São fatores que demandarão um posicionamento ainda mais firme dos estudantes no sentido de assumirem-se “pré-vestibulandos profissionais”, focados em melhorar cada vez mais seu desempenho.

Mente sã em corpo são

É algo que passa não só pelo cuidado com o conteúdo, mas com a saúde mental e física, instrui José Neto. Se há um costume de dormir à tarde, pois as aulas ocorrem pela manhã, é bom mudar esse hábito e aproveitar para fazer provas objetivas, treinar a redação, inclusive atentando para os tempos, que são muito apertados durante os exames. “O Enem é uma maratona física e psicológica, então ele tem que se preparar para essa maratona”, diz.

“Parece que não, mas é muito importante que o aluno já se organize. Então ele precisa dormir melhor, se alimentar bem, porque chega perto do Enem a imunidade dos alunos cai. Todo ano dá dor de barriga súbita em todo mundo, todo o terceiro ano no cursinho pega um resfriado mágico e aí fica semanas doente. Então, para evitar tudo isso, é preciso se cuidar agora e não na semana do Enem. Na semana do Enem o corpo já está num estresse elevadíssimo”, orienta o professor.

Preparação constante

O diretor do Colégio Maxi, professor Carlos Leão, ressalta que nos últimos três anos a instituição vem aumentando gradativamente a nota de redação, ao ponto de chegar ao último Enem com média de 840 pontos em um universo de 150 alunos. Para ele, isso é resultado do investimento que a escola faz tanto nas aulas regulares como em atividades extras, como a Redação da Hora. “Os alunos acabam treinando fazer redação em uma hora também. Já a disciplina de Atualidades acaba fazendo a interface com a produção de texto. Inevitavelmente fortalece a argumentação dos alunos”.

Os alunos também contam com uma série de outras atividades que ajudam a construir repertórios. “Ele é levado a ter um repertório maior com a Festa Literária, o Festival Cultural, o programa Maxi Mundi. Tudo isso acaba contribuindo nesse processo de construção da argumentação”, valoriza. Para completar, Leão destaca o trabalho de correção de redação que é feito pelo Maxi. “Temos corretores que são os mesmos da prova do Enem. Tudo isso também dá muita credibilidade aos resultados das correções feitas, às devolutivas que são feitas com os alunos”, finaliza.