O Colégio Maxi realizou nos dias 3 e 4 de setembro a edição 2021 do Maxi-Múndi, projeto que simula fóruns de discussão nacionais e internacionais formados por alunos que desempenham diferentes funções. Este ano o evento, que tratou de temas bastante atuais como a covid-19, polarização política, demarcação de terras indígenas, contou com alguns diferenciais importantes, como a participação de ex-alunos na organização e atividades em formato híbrido (online e presenciais).
O evento propriamente dito dura dois dias, mas os estudantes trabalham bastante nos meses anteriores para que tudo desse certo. É o que revelou a ex-aluna Ana Júlia Regis, que cursa Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e já na edição de 2019 alimentava o desejo de fazer parte do secretariado. “Estar aqui hoje, depois de tudo que a gente passou nos últimos dois anos, é uma benção que eu não sei explicar o tamanho. Foram meses de organização, de reunião em teleconferência, com pessoas que estavam em outra cidade, outro fuso horário. Deu tudo certo e estou muito feliz de estar aqui hoje compartilhando uma experiência que mudou minha vida e eu espero que mude a vida de vários outros alunos”.
Para ela, os reflexos de tais experiências serão essenciais na vida dos participantes, afinal ali estão sendo desenvolvidas a oratória, a capacidade de argumentação, a pesquisa. “Porque não é só o vestibular, o Enem. São partes importantes da nossa vida, mas essas habilidades que a gente desenvolve fora de sala de aula, com eventos assim, são muito mais importantes na minha opinião. Você vai precisar disso em qualquer tipo de profissão e para evoluir como pessoa também. É a preparação de alunos para serem cidadãos do mundo”, definiu.
São qualidades que a secretária-geral Julia Carvalho Martinho, ex-aluna do Maxi e estudante de Direito da UFMT, também ressaltou. “O evento é realmente um sonho para mim. Então é muita paixão envolvida aqui e eu espero que os delegados também tenham esse sentimento, porque o objetivo do Maxi-Múndi é, de fato, dar asas para os meninos, fazer com que eles possam levar essa experiência para a vida”, frisou. Nos comitês os alunos realmente colocam a empatia e a cooperação em prática, acrescenta. “De uma forma ou de outra você tem que trabalhar em conjunto. Na simulação os meninos precisam pesquisar, eles vão estudar, eles precisam ter propriedade no que vão falar e isso muda tudo. Se você tem conhecimento você consegue conversar, consegue pensar como o outro. Não é só um teatro. Está muito mais relacionado à crescimento pessoal, acadêmico, profissional”.
Julia Martinho destacou ainda os fortes laços que são criados no Maxi-Múndi, o que é reforçado por George Augusto Vilas Boas Biancardini, da 3ª série do Ensino Médio. “Várias pessoas que eu conheci, vários grandes amigos que eu tenho hoje conheci na simulação e não somente no convívio aqui da escola. Então, para mim é uma experiência, uma oportunidade fantástica”, opina o estudante que fez o papel do parlamentar Eduardo Bolsonaro no comitê “Câmara dos Deputados”. “O meu ponto de vista não tem nada a ver com o dele, porém eu vou tentar ao máximo incorporar o papel, comprei bandeiras do Brasil, os argumentos todos são baseados nas ideias do deputado e essa é a parte mais legal”, enalteceu.
Esse colocar-se no lugar do outro, procurar pensar como ele, ajuda a ampliar a compreensão sobre os assuntos, o interesse por temas que estão na pauta de discussões do país. “Acho que é um referencial, uma inovação muito grande do Maxi tanto para os alunos como para os professores. Dentro da Câmara dos Deputados nós estamos discutindo agora sobre a situação das terras indígenas”, exemplificou Julia Fonseca Antunes, do 9º Ano A. “Participar do Maxi-Múndi é uma enorme oportunidade dentro da escola”, afirmou.
No âmbito internacional, temas como a covid-19, vacinação e notícias falsas também ensejaram muita discussão, contou Ana Clara Pizarro Varella, da 2ª série, que representou a China. “O principal tópico que estamos tratando é sobre a corrida da vacinação, mas as ‘fake news’ já foram discutidas, a disputa econômica em relação à vacinação, a cooperação internacional, a obrigatoriedade da vacina e as questões de segurança tomadas por cada país”, enumerou. Foi a primeira experiência da aluna, que aproveitou a oportunidade para se descobrir. “Como uma estudante do ensino médio eu quero saber qual vai ser minha carreira no futuro. Então eu estou descobrindo se vale a pena fazer Direito por exemplo, ou alguma outra profissão que exija falar em público ou saber se expressar bem”, revelou.
O diretor do colégio Maxi, professor Carlos Leão, gostou de ver o empenho e o entusiasmo dos alunos. “Os estudantes estão muito motivados para argumentação, para o debate e é bem isso que propõe o Maxi-Múndi. Um evento em que eles possam fazer o exercício da oratória, da comunicação, da argumentação, mas também das alianças, dos acordos, os desacordos, sempre em busca de um consenso, que é o bem maior da coletividade. Então é um exercício também de cidadania o Maxi-Múndi”, defendeu.
Por Pau e Prosa
Foto: Helder Faria