A literatura pode ser lida, declamada, cantada ou interpretada, o importante é que ela seja compartilhada. É o que mostraram os palestrantes desta quinta-feira (24) pela manhã, na 1ª Festa Literária do Colégio Maxi. Importantes nomes das letras e do teatro mato-grossenses, Luiz Renato de Souza Pinto e Emmanuel Marinho, fizeram de tudo um pouco, revelando detalhes sobre suas carreiras e apresentando obras próprias e de outros autores. Claro, sempre incentivando a participação dos alunos, que aproveitaram bem a oportunidade de ter esse contato com os artistas.
Na palestra performática “O homem na multidão”, uma referência ao célebre conto de Edgar Allan Poe, Luiz Renato apresentou aos alunos do 2º ano não só os dele, mas textos de vários autores mato-grossenses, como Antônio Sodré e Eduardo Ferreira. “A ideia era falar de modernidade, do Modernismo, da transformação da poesia ao longo do século 20 e de como a poesia oral hoje está revigorada, com a explosão dos saraus, dos blogs, slams [poetry]”, contou.
Educador, ele uniu o conhecimento com o teatro numa performance que agradou bastante os estudantes. “Entra uma mistura do artista com o professor. Uma aula só disso pode ficar muito chata e só a apresentação cultural desprovida desse gancho com a teoria também pode ser do ponto de vista artístico bacana, mas funciona diferente. Como é um espaço de formação, acho que esse formato é muito agradável”, reconheceu.
Os alunos aprovaram o formato, como Bruno Beloli, do 2º B. “Creio que a leitura é fundamental na vida de qualquer um porque amplia o vocabulário, seu conhecimento e tudo mais. Então, pessoas que apresentam isso como o Luiz Renato são muito importantes”, avaliou o aluno que disse estar desenvolvendo o hábito de ler por prazer. Para Luigi Lorenzo de Souza Fortunato, do 2º B, a forma como o autor se apresentou “tira o peso que a maioria das palestras têm, consegue manter as pessoas descontraídas”. E continuou: “dá para ver que ele que tem amor pelo que faz e acho que isso ajuda a entender como são as coisas, motiva as pessoas”.
Também fez grande sucesso a aula-espetáculo do sul-mato-grossense Emmanuel Marinho, que não escondeu a felicidade pela oportunidade. “Me sinto em estado de encantamento, porque eu sou um educador também, é uma das áreas que eu tenho mais paixão, porque o resultado é muito imediato. Juntar arte e educação no mesmo momento é uma alegria muito grande por poder estar incentivando a leitura entre os jovens, que serão nossos futuros comandantes deste país”.
Em sua palestra, intitulada “Arte como Forma de Resistência” o autor, cantor e ator mostrou bastante material com crítica social. “É importante despertar o senso crítico, a cidadania. Só assim nós podemos nos tornar indivíduos mais completos”, frisou. “Eu misturo teatro, música, literatura e educação. São esses quatro elementos que formam o meu trabalho, meu estilo, minha forma de me comunicar com o mundo e com as pessoas”.
O resultado foi imediato e os alunos se sentiram bastante livres para participar. Foi o caso de Rayane Prado Nunes, do 1º C. “Gostei muito, é muito legal, muito divertido. Não fica parado, chama a plateia, interage, pede para a gente participar da música. Queria ter participado antes, só que não havia tido nenhuma ideia, não sabia nada de cor. Ontem, na hora da saída, como eu tinha pensado alguma coisa, escrevi e hoje resolvi participar”, revelou a estudante, ainda nervosa por ter declamado diante dos colegas.
Bem mais desenvolta, Bruna Rubinich Lannotti, do 1º E, se encantou pela forma como Emmanuel apresentou seus poemas. “Muito teatral, muito interessantes as coisas que ele fala, da nossa história do Brasil, da cidade dele [Dourados], tem muita crítica social. Dá para aprender bastante com os poemas dele”, elogiou. Ela inclusive aproveitou para mostrar um poema, de uma amiga que não quis se identificar. “Minha amiga pediu para eu declamar um poema dela e eu me senti muito bem, porque adoro falar em público. Foi muito legal”, festejou.
Fonte: Pau e Prosa Comunicação
Fotos: Pedro Ivo