Todos os anos professores, escolas e cursinhos preparatórios tentam antecipar o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o que para muitos é como acertar na loteria. Mas no Colégio Maxi isso já havia acontecido meses antes, lembra o professor José Benedito do Nascimento Neto, que trabalha a Redação nas turmas de 3º ano e pré-vestibular. Enquanto o tema da prova deste ano foi “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, o do simulado de setembro foi “Necessidades sociais dos povos tradicionais das florestas no Brasil”.
O professor Neto, como é mais conhecido, que também coordenou a Jornada Vitoriosa da Redação do Colégio Maxi, reconhece a dificuldade e na ocasião da atividade, na sexta-feira (11 de novembro), havia falado da felicidade que seria poder fazê-lo. Mal sabia ele que isso já havia acontecido, neste caso no dia 9 de setembro, em um dos muitos simulados para o ENEM que a instituição realiza.
Na verdade, conta ele, isso já havia sido feito um ano antes, já que ele reaplicou uma temática que havia sido abordada em 2021. À época, a discussão era mais ampla, com base na sensibilização do educador em relação, por exemplo, à invisibilidade dos povos tradicionais, que não se ligava apenas aos indígenas, mas também os quilombolas, aos Caiçaras, às comunidades ribeirinhas, os seringueiros.
Segundo Neto, o debate sobre os povos tradicionais, as comunidades originárias, é histórico, então sempre esteve presente nas discussões sociais no Brasil. E, dessa maneira, achou por bem retomar o tema agora em 2022. “Nesse contexto o aluno teve de falar sobre as questões que revelavam desafios enfrentados por esses povos, invisibilidade. Eles podiam trazer a ideia da importância da valorização, porque era uma necessidade social. Então você imagina como foi surpreendente para nós termos encontrado o recorte no tema de redação do Enem deste ano, que focava nos desafios para a valorização” comemora.
“Para o aluno do Colégio Maxi foi muito tranquilo, porque ele já tinha estudado o tema e ele só teve que adaptar o posicionamento crítico dele, pegando as necessidades sociais e transformando essas necessidades em pontos que revelavam desafios para a valorização”, analisa o professor. Quer dizer, a escola tem uma preocupação especial em entregar uma educação compromissada com a realidade atual e que revele uma autonomia do aluno. “Qual é minha preocupação? É perseguir o tema de redação e acertar o tema de redação? Não! A minha preocupação é formar um aluno crítico, que seja autônomo, que, diante de qualquer tema de redação, consiga se articular”, salienta.
Essa preparação, ressalta Neto, não é feita somente nas aulas de redação, envolve outras áreas como Linguagens, abordando questões como o patrimônio linguístico e a contribuição desses povos, Literatura, analisando obras como Iracema, de José de Alencar, que revela um olhar europeizado sobre o indígena. “Então, todo esse arcabouço, todo esse grupo de informações que nós reunimos um pouco antes do Enem contribuiu para que o aluno se sentisse privilegiado e aí, claro, tivemos uma grata surpresa, uma alegria. Os feedbacks foram muito legais e estamos muito confiantes no 900+ este ano”, finaliza.
